Olho-te, falo-te temendo a tua reacção
Dirijo-te palavras, que caem em vão
Por ti… tudo era capaz de fazer
A alma era capaz de vender…
Mas em nada resultam minhas ambições
A nada me levam minhas ilusões
O doce nada que por ti me é dado
Me afunda, na depressão… caio derrubado
Era tão fácil, te poder culpar
Por todo este mal-estar
Mas seria injusto, e sem sentido
Pois sou eu que me dou por perdido
O doce nada que por ti me é dado…
É suficiente para me manter acordado
Foi o sonho, a que me agarrei…
A impossibilidade em que acreditei
E anseio por esse nada
Por esta ilusão, desatinada
Por tudo aquilo que eu criei
A utopia que inventei…
O doce nada, que por ti me, é dado
É o nada que me tem alimentado
É o nada que me tem enlouquecido
É o nada pelo qual ando perdido…